Passeio de Maria Fumaça vai retornar a Antonina e Morretes

 

A Maria Fumaça voltará a fazer passeios no trecho entre Morretes e Antonina. Serão trajetos diários e casados com a descida do trem pela Serra do Mar, que marcam o retorno de um clássico do turismo no Litoral e que apontam para a força do movimento de regionalização turística entre as duas cidades.

A novidade, que deve vigorar a partir de abril, decorre da formalização de um protocolo de intenções no ano passado para a revitalização da ligação férrea, entre o Governo do Estado e a empresa Rumo Logística.

A operação caberá à Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), entidade sem fins lucrativos que promove a conservação do patrimônio histórico ferroviário brasileiro.

Já estão em andamento as obras na ligação de 16 quilômetros. No final do ano passado, um teste natalino comprovou o interesse dos dois municípios pela iniciativa.

O turista poderá conhecer as cidades históricas do Litoral passando pela Mata Atlântica de trem com esse ramal. As últimas excursões que transportaram turistas de maneira regular usando a linha aconteceram na década de 1990.

Os trechos serão diários, conforme a demanda, e a operação deve ser iniciada já em abril, depois da manutenção que a Maria Fumaça receberá em Rio Negrinho (SC), segundo a ABPF.

“O intuito é de fomentar o turismo, porque a ABPF e as cidades dependem da receita do turismo para sobreviver. Todo dinheiro da bilheteria será usado para o museu que vamos criar em Antonina ou Morretes. A ideia é ter um centro de memória do trem, tão importante para essas cidades”, explica Marlon Ilg, vice-presidente da associação.

“Morretes é uma potência turística e Antonina está ressurgindo. Com grande divulgação na Região Metropolitana de Curitiba, com quase três milhões de habitantes, e os parceiros certos, como a Serra Verde Express, que já transportou quase quatro milhões de pessoas em duas décadas, com quem estamos trabalhando diversos pacotes, acreditamos em uma demanda muito expressiva, como nas outras oito operações similares que temos espalhadas pelo País”, completa.
ATRAÇÕES DENTRO DOS VAGÕES
Serão viagens de 50 minutos a 1 hora de duração, com atrações locais dentro dos vagões. Também há projetos com produtos típicos do Litoral, iniciativa pensada em parceria com o Morretes Convention e Visitors Bureau, entidade apolítica e sem fins lucrativos formada por empresas empenhadas em apoiar o desenvolvimento do turismo local.

“É um projeto muito completo. Estamos conversando com a Paraná Turismo e com as duas prefeituras, amadurecendo a operação para ter tudo pronto até a Páscoa. Temos mais de 40 anos de experiência no mercado e queremos replicar o sucesso do trem do vinho do Rio Grande do Sul”, acrescenta Marlon.

“Teremos teatro, música regional, e roteiros casados, além de uma locomotiva totalmente repaginada e o visual emblemático da Serra do Mar paranaense”.

HISTÓRIA DA FERROVIA
A estação ferroviária histórica de Antonina foi restaurada nos últimos anos. Ela está ligada à história ferroviária do Paraná, iniciada com a inauguração do trecho Curitiba-Paranaguá, em 1885.

A construção ocorreu em 1916, após o incêndio que destruiu a antiga estrutura. Com um investimento de R$ 1,4 milhão, houve troca do telhado, substituição dos sistemas elétricos e eletrônicos, reforma dos banheiros e sistemas hidráulicos e a restauração das esquadrias de madeira. Há, inclusive, exposições pelo local.

Já a estação de Morretes existe desde 1883, mas seu prédio original foi substituído por um novo edifício de concreto e alvenaria em estilo art déco (é um estilo de artes visuais, arquitetura e design internacional que começou na Europa em 1910, conheceu o seu apogeu nos anos 1920 e 1930 e declinou entre 1935 e 1939), na década de 1950. A ferrovia foi projetada pelos irmãos Rebouças. À época (1885), foi uma das mais ousadas obras de engenharia do mundo.

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Texto Retirado Agora Litoral


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